Postado originalmente em 12/10/2017:
Ele
caminhou de manhã normalmente como sempre fazia para emagrecer. Depois disso
voltou para casa, tomou banho e se arrumou. Não tirava ela da cabeça. Foi até o
trabalho e enfrentou mais cinco horas de rotina. Almoçou e se pegou novamente pensando
nela. No que eles fariam juntos quando ele saÃsse do serviço.
Tomou uma
bronca do chefe a tarde, continuou com seus afazeres e em uma olhada rápida no
celular viu várias pessoas conversando no grupo de conversas sobre a violência.
Assaltos e tiros e em seguida voltou a fazer seu trabalho sem nada a dizer. Não
conseguia parar de pensar nela e em como eles ficariam juntos no fim daquela
noite.
Finalmente
dezoito horas. Ele estava prestes a largar, porém seu chefe pediu que ficasse
mais um pouco. Hora extra. Ele não ligava para o dinheiro daquela hora a mais.
Ele só queria sair de lá logo e se encontrar com ela e ouvir que tinha que
ficar mais foi um baita balde de água fria. Enfim com toda essa crise ele não
se atreveu a dizer não. Mesmo querendo ela o cara não podia correr o risco de
ser sei lá... demitido?
Foi
maçante, àquela hora parecia mais uma eternidade. Teoria da relatividade, não
é? Uma hora de algo enfadonho pode parecer muito, porém uma hora de algo
divertido parece tão pouco! O tempo voa. Enfim as dezenove horas ele largou do
serviço e pegou um ônibus lotado. Ele foi em pé até a sua casa. Não ligava,
contudo para a dor nas pernas afinal ele iria se encontrar com ela.
O homem
então desceu do ônibus se espremendo e se contorcendo entre os outros
passageiros. O motorista apressado quase fechou a porta nele. Felizmente isso
não aconteceu graças ao corro coletivo de vozes que mandaram o “piloto se
ligar”. Quando o homem finalmente chegou lá estava ela. Metálica e fria com
vários dentes serrilhados. Ela estava dentro da planta que estava ao lado da
porta de sua casa.
– Minha
amada.
A chave
entrou violentamente por entre seus dedos e se arrastou por baixo da sua pele.
Atroz e cruel fez seu caminho até o osso do rádio do homem. Este começou a se
transformar em algo estranho e deformado. Não mais humano e sim animalesco e
selvagem. Ele então partiu para a sua caçada noturna.
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Este conto é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com lugares, eventos, situações, nomes e pessoas (sejam elas vivas ou não) é mera coincidência.
Este conto é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com lugares, eventos, situações, nomes e pessoas (sejam elas vivas ou não) é mera coincidência.
Foto: en-Lightning
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