14/07/2014:
Edward Mordake (também grafado de Mordrake) foi um herdeiro de uma nobre casa na Inglaterra. Sua história remonta ao final do século XIX ele era bem afortunado, pois além de ter status, alta posição social, riqueza também era saudável. Uma pessoa nobre e sem nenhum mal de saúde. É de se pensar que sendo tão agraciado era feliz, mas não era. Infelizmente ele tinha um problema. Se muitos querem ter o que ele tinha como status, posição social dinheiro e ainda saúde tenho certeza que não queriam ter o problema que ele tinha. Dois rostos.
Mordrake tinha atrás de sua nuca um segundo rosto e isso foi o maior de seus infortúnios. Um jovem que tinha tudo e não podia aproveitar devido a este estranho fenômeno. Ele se isolou em sua casa e não queria por perto nem mesmo seus familiares. Não tinha apenas medo de ser taxado por sua sociedade de monstro ou aberração. Tinha vergonha também por estampar o que ele acreditava ser o resultado de uma obra diabólica.
Ninguém naquela época sabia explicar a razão que estava por trás de seu segundo rosto. Como a ciência não era tão evoluída coisas assim eram atribuídas a demônios. Mordrake acreditava que tinha sido amaldiçoado por essas criaturas. Seus médicos não tinham como explicar a origem do segundo rosto. Também não podiam removê-lo apesar das suplicas de Edward, pois sabiam que ele poderia perder sua vida durante o processo.
O mais bizarro era que o segundo rosto podia rir e chorar! Ele não falava, mas demonstrava um intelecto bem desenvolvido. Quando Edward estava triste ele sorria como se estivesse debochando dele. Quando Edward estava alegre o rosto chorava e gemia e emitia sons estridentes e arrepiantes como se não gostasse de ver Mordrake feliz. Não obstante o rosto ainda sussurrava palavras incompreensíveis para Edward enquanto ele dormia. E seus familiares diziam que os olhos do rosto olhavam para eles de uma forma penetrante e cruel. O rosto ainda os seguia com seu olhar malévolo.
Único vestígio da existência de Edward Mordrake uma foto
Foto: mugocoff.host.sk
Vivendo com uma coisa assim é natural pensar mesmo que ela era oriunda do mundo das trevas. O jovem após se ver extremante perturbado e sem alternativas para pôr fim a esta agonia sem precedentes toma uma atitude extrema: suicídio. Aos 23 anos de vida ele põe um fim em sua existência. Alguns dizem que ele tomou uma garrafa de veneno, outros contam que seus atos foram mais radicais. Um tiro no olho de seu segundo rosto.
O fato é que não se tem registros concretos de sua existência. Muitos acreditam que tudo isso não passa de uma lenda urbana. Outros juram ser verdade, entretanto quem não garante que seja mesmo verdade? O caso de tão perturbador pode ter sido apagado da história de propósito. Talvez a própria família de Edward Mordrake tenha feito isso. Destruído todas as evidencias para não serem confrontados por uma sociedade que não era capaz de entender o caso.
Ou ainda por medo de terem concebido em sua família um homem com a marca do demônio. Sejamos francos antigamente tudo era atribuído a coisas sobrenaturais. Ou quem sabe eles queriam que a imagem de Mordrake fosse esquecida para preservar a sua identidade. Antes de cometer suicídio ele deixou uma carta que dizia para arrancarem seu segundo rosto antes de o enterrarem. Mordrake Tinha medo que o rosto continuasse vivo e pudesse atormentar ele ou outros no pós vida.
O que me parece é que esse é um caso de gêmeos parasitas. Ele ocorre quando no processo de gestação uma "falha" ocorre ocasionando a morte de um feto que é absorvido por outro. Ou quando há uma gestação de gêmeos siameses onde um deles não consegue se formar direito e acaba se tornando um ser sem vida que é sustentado pelo "irmão". Isto é muito raro de acontecer por ser uma mutação do processo de gravidez, mas pode ocorrer.
O intrigante é que quando isso acontece o gêmeo não tem consciência afinal não tem um cérebro que a sustente, todavia existe um outro "tipo" de gêmeo parasita que é ligado a seu irmão pela cabeça. Um caso ainda mais raro e polêmico. Por se tratar de uma pessoa só que sem um corpo desenvolvido este ainda pode ter cérebro próprio ou ainda estar dividindo o cérebro com seu irmão. Esta parece ser a única explicação racional para o caso deste pobre jovem. Pena que em sua época a ciência não sabia disto. Se ele vivesse nos dias de hoje quem sabe não poderia ter recebido a ajuda apropriada.
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