27/05/2018:
Um filme
belo e sensível que mostra de uma forma especial a vida de uma pessoa
apaixonada. Onde a personagem Elisa (Sally Hawkins) encontra o amor verdadeiro
em um lugar que poucos pensam ser capaz de achar: em alguém que não tem a mesma
aparência que ela. Embora a criatura (Doug Jones), possa de fato parecer ser um
monstro a película expõem o contrário.
Sem clichês
de autoajuda e arquétipos de filmes românticos convencionais A Forma da Água
parte do exposto acima para desenvolver bem o casal de uma forma bonita. O
monstro, apesar de monstro, continua do jeito que ele é sem que seja forçada
uma humanização desnecessária da fera. E a forma como Elisa mostra seus
sentimentos e sua sexualidade é ótimo.
O filme
toca você ao mostrar que o amor pode nascer não de aparências e formas físicas
e sim do que nós somos. A criatura enxerga Elisa como aquilo que ela é por
dentro e não se limita a julgá-la pela sua deficiência – ela é muda devido a um
acidente que sofreu quando criança. Ela, por sua vez, o vê como o ser único,
inteligente e magnífico que é. Já o vilão é bem construído por ser, dentre
outras coisas, um cara com desejos e ambições (como a maioria de nós).
Em suma A
Forma da Água traz um filme com uma estética linda, verde e cheia de homenagens
(com direito a Carmen Miranda na trilha sonora) de uma forma concisa, fluída e
consistente em um ambiente frenético e paranoico de um anos 60 regrado de
tensão. Em meio a conflitos políticos e em uma Guerra Fria disputada entre
União Soviética e EUA. Uma excelente versão atualizada de O Monstro da Lagoa
Negra (1954). É sem dúvida um ótimo filme e um dos mais divertidos e legais de
Guilhermo del Toro.
Foto: Fox Serachlight Pictures
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